A vida sempre
apresenta mudanças, não tenha dúvidas. Seu corpo muda com o decorrer da
puberdade, sua cabeça se modifica por conta do meio social, familiares e seus
costumes.
Mas quero
falar aqui de duas mudanças que venho observando há muito tempo: a mental e a
emocional. Sabe, eu sou o tipo de pessoa que vive mudando os dois quase sempre
- não como mudo de roupa, mas é quase isso.
Mentalmente
eu já fui muito idiota e inocente ao extremo, mas com o passar do tempo a
malícia me foi apresentada e a vida quebrou minha cara diversas vezes, o que me
fez mudar a tal ponto, que quando olho para trás percebo que queria ter a
cabeça que tenho hoje. Mas não fico me lamentando por isso, pois se nada
tivesse acontecido eu possivelmente ainda seria a inocente-sem-graça da turma.
Já
emocionalmente eu mudei bastante e em apenas um ano. A antiga “eu” era mais
aberta com as pessoas, confiava em praticamente todos e não media esforços para
chamar uma pessoa de amigo – mesmo essa pessoa não se mostrando tão amiga
assim-, era a garota mais emotiva do mundo... Chorava e me lamentava por tudo e
todos. Era a primeira a tomar as dores alheias. A mais alegre; a mais boba; a
mais sociável de todas.
Mas o tempo
foi meio cruel e essa “eu” mudou drasticamente. Aprendi a fechar minhas emoções
dentro de mim, a mostrar aquilo que eu quero que as pessoas vejam. Por exemplo,
posso estar com um sorriso na cara do tamanho do mundo, mas por dentro estou
desmoronando. Aprendi a não chamar todos de amigos e sim de colegas ou
conhecidos, e olhe lá. Aprendi a confiar num número absurdamente pequeno de
pessoas. Ainda sou a alegre e a bobona da turma, mas agora tenho opinião e
digamos que sou um pouco mais cruel. E bem mais quieta que antes.
Sou o que
restou da inocência de uma garota de doze anos. Sou a que aprendeu com a vida,
tombando e levantando, sempre com um sorriso no rosto. Sou aquela que um dia
foi a “observada” e que agora é a “observadora”.
Não me
arrependo de ser quem sou. Só não gosto de não conseguir me expressar com as
pessoas que amo, as palavras veem a minha boca mas ficam ali, travadas. Acho
que passei tanto tempo tentado esconder em uma concha bem grossa quem sou de verdade,
que agora sequer consigo abri-la para dar um ‘oi’.
Felizmente –
ou infelizmente - o tempo me fez ser quem sou agora e, querendo ou não, aprendi
muito com ele.
0 comentários:
E aí, o que achou?