15 dezembro 2012

Opostos indispostos


Oi. Antes de tudo aperte o play. Apertou? Tá.


Olha só, quero te dizer algo. Sinto falta da história que me recusei a viver com você. Algumas lembranças ainda me incomodam. E é isso, incomodam e só. Não pense que sofro de amor por você - essa é a maior mentira que a sua mente poderia inventar. Estou feliz e você também, ambos sabemos disso, afinal, nos encontramos por aí de vez em quando. Um desses encontros nos levou a criar algumas faíscas que foram facilmente apagadas por um balde cheio de palavras - que eu não queria ouvir - e lágrimas da sua parte. Lágrimas essas, que você despejou na cama de outro quarto - porque simplesmente não conseguia se sentar comigo na sua por ter vivido bons momentos com outra pessoa - e adormeceu. Infelizmente isso não impediu um beijo de despedida e uma ligação do hospital. Mas é isso, não sofro... Apenas sinto falta do que não fui quando começamos a namorar. Pra ser sincera, não sei nem quando nossa pseudo-história começou, mas sei exatamente quando acabou... Em um agridoce Novembro de 2006.

Eu sou Grêmio e você adora o Inter, somos simplesmente apaixonados por futebol, infelizmente, apaixonados pelos times rivais. Você detesta a multidão e eu adoro chamar a atenção. Somos o exemplo vivo de que os opostos se atraem - por cinco minutos. Exatamente cinco. Dizer que os dispostos se atraem como se fosse uma verdade absoluta é apenas uma desculpa para adiar o sofrimento. Quero dizer, entre uma caixa e outra de Twix observando a cidade lá do pico do morro perto de uma pizzaria, até que nos suportaríamos, mas naquele tempo, a convivência diária seria impossível.

Eu era a Summer e você o Tom de (500) Days of Summer. Era. Você era o Príncipe Encantado e eu a Fiona. Não vivemos o mesmo conto de fadas, somos o oposto um do outro e eu nunca te convidei pra entrar no meu castelo. Sempre te deixei dentro do carro esperando. Estive longe de ser uma verdadeira princesa ou a garota dos seus sonhos. Hoje posso dizer que sou quem você sempre quis, alguém acima das expectativas, mas essa mudança veio tarde. Antes de você eu sempre tive em mente que precisava ser feliz antes de qualquer outra coisa. E não me importava se isso queria dizer te machucar ou machucar um outro alguém. Eu estava feliz? Pois bem.

Entre um gole e outro de café, percebi que o que pairava dentro de mim era arrependimento. O gosto forte que o café costumava ter, foi embora assim que te pedi desculpa e deixei uma lágrima escorrer pelo seu olho direito. A mesma lágrima que fiz escorrer quando ameacei ir embora da sua vida na esquina de casa e joguei o embrulho prata com um presente que você me deu dentro do carro. Presente aliás, que guardo até hoje. Você sempre foi o típico cara coração-mole que toda garota sonha em ter por perto e essa, é uma das maiores qualidades que admiro em você. Você tem o maior coração do mundo e cuida da sua família como ninguém. Se eu tivesse a cabeça que tenho hoje, talvez fossemos o par perfeito, mas passou. Você é o cara e eu não sou sua garota. 

Não quero te prender por mais tempo nessa tela, então nessas últimas linhas quero dizer que, acima de tudo, desejo muito a sua felicidade e que não moveria um milímetro que fosse para atrapalhá-la. Oficialmente me retiro do seu banco de reservas e me dirijo a arquibancada. 

Não me despeço com um adeus porque sei que ainda iremos nos esbarrar em qualquer canto. E eu continuarei aqui, sempre! Torcendo por você. E aplaudirei de pé todas as suas conquistas. A gente se vê.

Com carinho,

Alice.

0 comentários:

E aí, o que achou?