15 agosto 2012

O tempo transforma



A vida sempre apresenta mudanças, não tenha dúvidas. Seu corpo muda com o decorrer da puberdade, sua cabeça se modifica por conta do meio social, familiares e seus costumes.

Mas quero falar aqui de duas mudanças que venho observando há muito tempo: a mental e a emocional. Sabe, eu sou o tipo de pessoa que vive mudando os dois quase sempre - não como mudo de roupa, mas é quase isso.

Mentalmente eu já fui muito idiota e inocente ao extremo, mas com o passar do tempo a malícia me foi apresentada e a vida quebrou minha cara diversas vezes, o que me fez mudar a tal ponto, que quando olho para trás percebo que queria ter a cabeça que tenho hoje. Mas não fico me lamentando por isso, pois se nada tivesse acontecido eu possivelmente ainda seria a inocente-sem-graça da turma.

Já emocionalmente eu mudei bastante e em apenas um ano. A antiga “eu” era mais aberta com as pessoas, confiava em praticamente todos e não media esforços para chamar uma pessoa de amigo – mesmo essa pessoa não se mostrando tão amiga assim-, era a garota mais emotiva do mundo... Chorava e me lamentava por tudo e todos. Era a primeira a tomar as dores alheias. A mais alegre; a mais boba; a mais sociável de todas.

Mas o tempo foi meio cruel e essa “eu” mudou drasticamente. Aprendi a fechar minhas emoções dentro de mim, a mostrar aquilo que eu quero que as pessoas vejam. Por exemplo, posso estar com um sorriso na cara do tamanho do mundo, mas por dentro estou desmoronando. Aprendi a não chamar todos de amigos e sim de colegas ou conhecidos, e olhe lá. Aprendi a confiar num número absurdamente pequeno de pessoas. Ainda sou a alegre e a bobona da turma, mas agora tenho opinião e digamos que sou um pouco mais cruel. E bem mais quieta que antes.

Sou o que restou da inocência de uma garota de doze anos. Sou a que aprendeu com a vida, tombando e levantando, sempre com um sorriso no rosto. Sou aquela que um dia foi a “observada” e que agora é a “observadora”.

Não me arrependo de ser quem sou. Só não gosto de não conseguir me expressar com as pessoas que amo, as palavras veem a minha boca mas ficam ali, travadas. Acho que passei tanto tempo tentado esconder em uma concha bem grossa quem sou de verdade, que agora sequer consigo abri-la para dar um ‘oi’.

Felizmente – ou infelizmente - o tempo me fez ser quem sou agora e, querendo ou não, aprendi muito com ele. 


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