12 novembro 2011

Mãos alheias: The end (I hope)


Desculpe-me, e, por favor, entenda as minhas dificuldades. Eu ia te escrever uma carta de amor, me despedindo, mas demonstrando todo o meu sentimento, até que me disseram que pra escrever sobre algo temos que entender bem do assunto. Eu não entendo muito do amor, e não entendo nada de despedidas, elas nunca dão certo, não no nosso caso. Perguntei pra algumas pessoas o que realmente é o amor, como faço pra me despedir definitivamente, mas nenhuma delas soube me responder com clareza, sempre tem um ‘acho’ no começo da frase, ou um ‘mais ou menos isso’ no final.

Vou tentar me expressar da forma que acho mais fácil, como se eu estivesse conversando e fosse te contar pessoalmente o que está acontecendo. É assim, eu te amo e sempre amei, faço de tudo pra ficar ao seu lado, te acompanhar em todos os lugares e te ajudar em todos os momentos difíceis. Mas dessa forma não vem dado muito certo, você sabe, eu sei, todos percebem. Eu faço minha parte, você falha na sua. Você faz a sua parte, eu falho na minha. Estava sendo assim, mas há um bom tempo deixei de cometer os meus erros, e isso criou uma dificuldade muito grande pra aceitar os seus.

Um copo demora a se encher quando o liquido cai de gota em gota, mas é impossível que não transborde um dia. Aguentei o quanto pude, tentei fazer esse liquido parar de pingar, conversei, tentei mudar, não adiantou, dei mais uma chance, você falhou, dei outra chance, e outra, e outra...

O copo já não aguentava mais, o liquido estava prestes a transbordar de vez, eu avisei, você não ouviu, e um pequeno esbarrão na torneira fez com que isso acontecesse muito mais rápido do que eu imaginava. Não há uma forma de fazer com que o nosso relacionamento (o copo) depois de passar por isso tudo, se adapte a todas essas mentiras (liquido). Você ocupou todos os espaços reservados para decepções que poderiam existir em mim, chegou ao ponto de me traumatizar, me deixar com medo, insegura, indecisa.

E acho que a única forma de fazer com que isso passe de uma vez por todas é colocando um ponto final (e dessa vez, realmente é um ponto, e não uma virgula) na nossa história, esquecendo tudo que passamos juntos, os bons e maus momentos. Porque você sabe, né? "Não se expurga um câncer sem matar células inocentes."


Autor: Lorenna Guerra

3 comentários:

maia disse... [Responder]

Adoro esse texto! Tem na na revista Atrevida!
Beijos
http://www.descartada.blogspot.com

@quasedevidro disse... [Responder]

É lindo né, Lili? hehehe. A Lorena escreve muito bem!


Sara: tem mesmo!!

Dany: hehehe, obrigada flor =)

E aí, o que achou?